Pois bem, lá estava eu, minha esposa e carabina, na marginal tiete sentido zona leste, confabulando junto ao GPS o caminho para alterama. Entre um papo e outro, ecoava-se ali próximo ao pára-brisa “a 100 metros , mantenha-se a direita”, e enquanto isso minha esposa vinha me explicando algumas coisas, aflorando a minha curiosidade sobre as carabinas CBC, e eu sabia que em breve, eu ia querer ter uma dessas, bem mais em breve do que eu esperava, mas, tudo ao seu tempo...hehehehe
Como eu já tinha ligado na Alterama, e “marcado” a visita, fui tranqüilo, direto, sem tomar café (rs) ao endereço bem conhecido pelos airguners de São Paulo, a Rua Padre Adelino, 1745. Aos que não conhecem a loja pessoalmente, é uma visita que vale cada minuto de trânsito na marginal tiete. Fica um aviso: Há um estacionamento próprio do outro lado da rua, em frente a loja. Estou avisando porque o espertão aqui não sabia e parou o carro a dois quarteirões de distância. Vale avisar que no sábado o espaço no balcão é bem concorrido, mas o pessoal sempre arruma um tempinho para atender a cada um de acordo com sua necessidade.
Chegando lá, como já tinha ligado e explicado meu “problema”, pedi para falar com o Franco, que estava bem ocupado e que disse que logo iria me atender. Como eu teria que esperar, e fui preparado para isso, peguei um cafezinho (hehehe) e fui dar uma “passeada” pelas vitrines da loja. Lunetas, mounts, alvos na prateleira do balcão.
O Francisco, aproveitou para ir adiantando os “reparos” na carabina, levou ela para os fundos da loja e por lá ela ficou por +- meia hora, até voltar com a luneta já calibrada e a alça de mira adaptada (como a original estava em falta, foi adaptada uma da Hatsan).
E lá vem o Franco, com minha “menina” nas mãos. Ao me entregar a carabina, ele pediu para eu dar uma “olhada” na luneta e ver como estava, e foi ai que começaram as lições. Eu todo pimposo, com a carabina nas mãos e vamos pra visada. Mão direita no gatilho, esquerda “apoiando” a carabina e.... “É assim que você faz a visada? rs Está errado”. Meu coração parou, fiquei vermelho durante uns 3 segundos e no fim das contas, casquei o bico...kkkkk....
Que pessoa em sã consciência segura a arma com visada para o olho direito e faz a visada com o esquerdo??? kkkkkk...esse era eu, tentando atirar com “visada ivertida” (esse termo não existe, eu sei, acabei de inventar...kkkk), apoiando a carabina com a mão esquerda e tentando visar também com o olho esquerdo. Pode? Não, não pode “mano”, eu fazia isso e é tragicômico fazer isso perto dos outros...kkkkkk
Pois bem, com muita paciência o Franco me explicou:
“Se o seu olho “diretor” é o olho esquerdo, você tem de apoiar a carabina com o braço direito, o olho dá visada tem de ser o mesmo lado do gatilho. Se você esta com a mão esquerda no gatilho, seu olho esquerdo deverá fazer a visada...” Respondi com toda confiança : “Entendiiii...vou fazer...” Pronto, lascou-se. Percebi levemente que “todo mundo” ficou prestando a atenção pra ver o que eu iria aprontar, e tenho certeza que respondi a expectativas da galera... Eu NÃO consegui fazer a visada de primeira!!!
Claro, o braço esquerdo era “bobo”, eu nunca tinha usado ele pra fazer a visada da carabina, e mais uma vez, avermelhei e o coração parou por alguns segundos, até eu soltar um “eita”, e assim, liberar a galera do constrangimento que eu mesmo estava causando...hehehehe...ai ai ai...não é fácil. Após o leve soador passar, o Franco me explicou com muita paciência o processo de “adaptação a nova visada”, algumas coisas básicas que eu não sabia para praticar informalmente como demarcar algumas áreas no alvo, para ter um “ponto x” para “mirar”, me explicou algumas “posições” para o tiro, enfim, conhecimentos que não dá pra escrever, mas vivenciar aquilo pra mim foi muito importante. Toda vez que vou atirar com minha carabina, seja qual for eu sempre lembro das palavras dele, como se escutasse ele falando “Se vai fazer a visada com o olho esquerdo, perna direita a frente, perna esquerda com o pé pro lado, pensa em inclinar um pouquinho o corpo...” e lá vamos nós, pra mais um tiro...hehehehe.
Para alguns pode parecer propaganda, para outros bobagem, mas o que ocorreu foi sorte, sorte de ter pego ele com tempo, sorte de ter ido na Alterama naquele dia, e sorte de ter ainda, mesmo que sejam poucas, algumas pessoas que realmente se preocupam com o esporte e gostam de passar o seu conhecimento pra frente.
Por volta de 11:40 + - eu me preparava para ir embora, quando minha esposa me cutucou e perguntou... “Ow, você não queria um case? Alá ó, promoção...” Brincadeira né não? Uma puta aula de tiro de pressão, e ainda dou de cara com um case em promoção. Não lembro o preço, lembro que estava bem abaixo do que era praticado, e no fim das contas, minha carabina chegou lá numa capinha camuflada e saiu de lá dentro de um imponente case rígido. Após muito agradecer, já com o pé direito na calçada, lembrei de um assunto bem importante e resolvi tirar a duvida, voltei até o balcão e perguntei: “Acabei de lembrar, existe algun clube em que eu possa atirar com ela? (carabina)” e a resposta veio em um coro, de mais ou menos 5 ou 6 pessoas, com uma resposta única e empolgante... “Vai no ATASCS, em São Caetano , lá é bem bacana e você vai ser bem recebido!”
Daí em diante começou a busca pelo ATASCS e a pratica informal do tiro de pressão em casa, mas com toda segurança que o esporte exige.
Na próxima vou relatar a primeira visita ao ATASCS, o atendimento e a recepção do pessoal de lá, e posso garantir, realmente fui bem recebido.
Fica aqui meu agradecimento especial ao Franco e a TODOS da Alterama.
Obrigado a você ai que esta lendo pela paciência. Conto com todos vocês!
Whombi.
ATASCS - Associação Thiene dos Atiradores de São Caetano do Sul.